As bem-aventuranças são as oito declarações de bênçãos pronunciadas por Jesus no início do sermão do monte. O sermão do monte trata-se de regras da vida e para nós cristãos o temos como um tratado ético e moral de Deus, como um manual a ser seguido para melhor convivência entre os homens.
O objetivo de Jesus no sermão do monte era ensinar as pessoas a perfeita e agradável vontade de Deus. Jesus também ensinou como deve ser o caráter de todos aqueles que buscam o reino dos céus.
Os pobres de espírito são pessoas de atitudes simples e humildes que reconhecem sua total dependência de Deus, por isso confiam plenamente em sua vontade (Jo. 15.5b).
Davi confiava no Senhor por isso afirmou: “Bem-aventurado o homem que põe no Senhor a sua confiança”. Ao escrever sobre a pobreza de espírito Davi disse: “Eu sou pobre e necessitado mais o Senhor cuida de mim” (Sl. 40.4; 17). A Bíblia diz que o Reino dos céus pertence aos pobres de espírito (Mt. 5.3).
O pobre de espírito é aquele que se apresenta a Deus vazio de si mesmo, entendendo que não tem nenhum mérito pelo que faz ou pelo que tem, porque Deus é quem governa e direciona tudo em sua vida.
Esse conceito de pobre não significa alguém que não tenha nada, mas alguém que entendeu que o Dono de tudo é aquele que supre todas as suas necessidades, que sabe que nunca terá tudo o que deseja, mas sabe que sempre terá tudo aquilo que é suficiente.
Há vários motivos que fazem as pessoas chorarem: a doença, a injustiça, a violência, a perda de um ente querido entre outros motivos.
Entretanto, em meio a tanto sofrimento Jesus nos prometeu enviar o Consolador para nos ajudar nos momentos de aflições.
Hoje somos temporariamente consolados pelo Espírito Santo, mas haverá um dia em que o Senhor enxugará dos nossos olhos toda a lágrima e a nossa consolação será eterna (Ap. 21.3).
No Salmo 37 existem três definições bem adequadas para a palavra mansidão.
Mansidão é um fruto do Espírito e quando a pessoa se entrega verdadeiramente a Deus sem reservas, esse fruto é manifestado de uma maneira maravilhosa, aplacando a ira, eliminando o ódio e trazendo muita paz àqueles que a exercitam.
“Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança” (Gl. 5.22).
Existiu um homem que ficou conhecido como o mais manso de toda a terra, seu nome era Moisés (Nm. 12.3). Contudo, algumas vezes Moisés se irou com o povo Hebreu por causa das suas murmurações e rebeldias, mas o seu amor por aquele povo era tão grande que, quando Deus disse que iria destruí-lo e faria de Moisés uma grande nação, Moisés suplicou ao Senhor por misericórdia e chegou a dizer para que Deus riscasse o seu nome do livro da vida (Ex. 32.10;32; Ap. 20.15).
Essas são pessoas inconformadas com as injustiças desse mundo e que veem as coisas erradas e se indignam, clamando a Deus por justiça, são pessoas que andam e vivem em retidão segundo a Palavra de Deus e que almejam contemplar o final de todas as coisas.
A fome e a sede são sensações que necessitam de serem supridas, pois os elementos usados para saciar ambos são vitais para a vida do ser humano. Porém, estamos falando de justiça, que é uma virtude moral que inspira o respeito dos direitos dos outros e que dá a cada um o que lhe pertence. Deus se agrada daqueles que andam e vivem em justiça.
A Bíblia sagrada nos diz: “Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, E os seus ouvidos atentos às suas orações…” (1Pe. 3.12ª).
São aquelas pessoas que se compadecem do próximo, que se entristece com o sofrimento alheio, que tem um coração bondoso e compassivo, e que estão sempre dispostas a ajudar o seu semelhante.
Essas pessoas além de sorrir com aqueles que sorrirem, e se alegrarem com aqueles que se alegram, também sabem sofrer com aqueles que sofrem e chorar com aqueles que choram (Rm. 12.15).
Os misericordiosos são aqueles que têm uma enorme capacidade de perdoar o seu próximo, mesmo ele não merecendo o seu perdão.
Na parábola do credor incompassivo, nos mostra um senhor perdoando uma enorme dívida do seu servo e o seu servo não perdoando uma pequena dívida de quem o devia, mostrando assim ingratidão, não agindo com misericórdia após ter recebido tão grande misericórdia.
São aqueles que não guardam mágoa em seu coração, pois nele está a presença de Deus, sendo assim ele está sendo limpo constantemente pelo poder da Palavra “Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado” (Jo. 15.3).
Além de sermos limpos pela Palavra, Ela mesmo nos afirma que o sangue de Jesus também nos purifica de todo o pecado: “Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros,e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado” (1Jo. 1.7).
No livro de Provérbios 4.23 a Bíblia Sagrada diz: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida.” portanto o nosso coração esteja sempre guardado e limpo para a glória de Deus.
Estes são os que lutam bravamente para estabelecer a paz em qualquer situação, independentemente de quem está com a razão ou a culpa, eles sempre fazem de tudo para resolver o problema da melhor maneira possível.
Os pacificadores vivem sempre em paz e procuram disseminar essa paz que não é uma paz passageira e nem mesmo ilusória, mas é a paz de Deus, que excede todo o entendimento (Fp. 4.7) e que Jesus nos deu através da sua Palavra que diz “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá” (Jo. 14.27ª).
“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts. 5.23).
Refere-se às pessoas que por causa da Palavra de Deus são afligidas, perseguidas e muitas vezes até mortas por amor a Cristo; normalmente são irmãos que vivem em países com um índice enorme de perseguição ao cristianismo, são acusados de serem hereges, bruxos, feiticeiros e até mesmo são chamados de malditos, são presos e torturados.
A Bíblia Sagrada diz que haverá grande recompensa para todos que perderem suas vidas por amor a Cristo: “Porque, qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida, a salvará” (Lc. 9.24).
Jesus nos ensinou como agir perante as perseguições: “Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa”.
“Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós” (Mt. 5.11,12).
Eles serão consolados, herdarão a terra, serão fartos, alcançarão misericórdia, verão a Deus, serão chamados de filhos de Deus e habitarão no Reino dos céus.
Deus tem preparado coisas gloriosas e surpreendentes para aqueles que O amam e fazem a sua vontade, como o apóstolo Paulo relatou: “Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam” (1Co. 2.9).
No evangelho de Lucas 14.13,14 Jesus ensinou que precisamos ajudar aqueles que não têm como nos retribuir, ou seja, aqueles que não têm com o que nos recompensar, fazendo simplesmente o que a palavra de Deus nos diz “…não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita” (Mt. 6.3b), e fazendo assim, seremos recompensados na ressurreição dos justos.
Jesus deixou bem claro algumas obras que o agradam e que com certeza seremos recompensados por elas, essas obras estão relatadas no evangelho de Mateus 24 no fim do sermão profético que diz:
35. Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me;
36. Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me.
37. Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber?
38. E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos?
39. E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te?
40. E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.
A ética moral dos dez mandamentos é lembrada por Jesus diante da indagação feita pelos doutores da lei, a saber: qual é o grande mandamento da lei?
“E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento.”
Este é o primeiro e grande mandamento.
“E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt. 22.37-39).
Consideremos as palavras de Jesus que nos adverte dizendo:
“E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra” (Ap. 22.12).
Façamos tudo para a glória de Deus
Tudo o que Jesus fazia aqui na terra era para glorificar o Pai que está nos céus, em 1Co. 16.14 o apóstolo Paulo nos ensina a fazer tudo com amor, quando fazemos por interesse próprio e sem amor podemos até receber o reconhecimento do homem, mas não o de Deus, pois o reconhecimento de Deus só é dado àqueles que glorificam a Ele através das suas obras.
Será que as nossas ações e obras tem glorificado o nome do Senhor?
As nossas boas obras glorificam a Deus e por isso o apóstolo Paulo nos ensinou ao escrever para os irmãos que estavam em Corinto e em Colosso, “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” (1Co. 10.31), “E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai” (Cl. 3.17).
Quando nos vestimos com modéstia, quando falamos a verdade, quando agimos com mansidão, quando perdoamos os nossos ofensores e devedores, quando ajudamos aqueles que nos querem mal, quando amamos o nosso próximo como a nós mesmos glorificamos o nome do Senhor e refletimos em nossas vidas a glória do Reino de Deus.
Jesus demonstrou por várias vezes em suas palavras que tudo o que fazia era para que o nome do Pai fosse glorificado.
“Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma. Como ouço, assim julgo; e o meu juízo é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade do Pai que me enviou” (Jo. 5.30).
“Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis. Mas, se as faço, e não credes em mim, crede nas obras; para que conheçais e acrediteis que o Pai está em mim e eu nele” (Jo. 10.37,38).
“Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer” (Jo. 17.4). “Pai, glorifica o teu nome. Então veio uma voz do céu que dizia: Já o tenho glorificado, e outra vez o glorificarei” (Jo. 12.28).